domingo, 21 de abril de 2024

O progresso politicamente correcto no Reino Unido





“Vem aí a primeira geração livre de fumo: venda de tabaco e vaporizadores a quem nasceu depois de 1 de Janeiro de 2009 — actualmente com 15 anos — vai passar a ser crime no Reino Unido a partir de Abril do próximo ano.”

Quem nasceu depois de 2009 nunca mais poderá comprar tabaco no Reino Unido


Quem nasceu depois de 2009 nunca mais poderá comprar tabaco no Reino Unido, mas poderá cortar a pila (se for YX) ou extrair os ovários ou abortar à fartazana sem conhecimento dos pais (se for XX).

E mais: não poderá comprar tabaco, mas poderá comprar legalmente Cannabis.

É o progresso.

sábado, 20 de abril de 2024

O comunista galopim do carvalho diz que o povo português é burro


O galopim do carvalho, que defende a ideia segundo a qual a vida (célula) surgiu espontaneamente das pedras e da lama, queixa-se do sistema educativo português.

Diz, o galopim, que o povo português é inculto porque não acredita que a vida celular surgiu das pedras e da lama.

Foram as pedras e os fósseis, que muitas delas trazem dentro, que nos deram a conhecer a origem e a evolução da Terra e da Vida, ao longo de centenas de milhões de anos (Ma). Foi nesta evolução que matéria inerte, como são os átomos de oxigénio, hidrogénio, carbono, azoto e outros como fósforo e enxofre, em muito menores percentagens, se combinou a ponto de gerar a vida e, através do cérebro humano, adquirir capacidade de pensar.”

galopim do carvalho


O galopim faz parte deste novo puritanismo que, tal como os gnósticos da Antiguidade Tardia e como os puritanos do século XVII, se julga acima do comum dos mortais. É também este excepcionalismo neognóstico que transforma o Rerum Natura em um antro de comunistas, os auto-denominados “donos da liberdade” de acreditar que a vida celular surgiu das pedras e da lama depois de uma chuvada.

A classe política idealizada pelo galopim, como sendo perfeita, é a preconizada pelo Partido Comunista — aqui, na Coreia do Norte, na China ou em Cuba. O galopim fala em “cultura civilizacional”, e lembro uma frase de G. K. Chesterton:

“Some of the most civilized and highly organized cultures, like Carthage at its wealthiest, had human sacrifice at its worst. Culture, like science, is no protection against demons.”

A cultura e a ciência das pedras (a ciência do galopim), não nos protegem dos demónios.

Segundo o galopim, não é o Partido Comunista que tenta destruir a democracia; segundo a estupidez doutoral de quem defende que a célula vital surgiu das pedras, o perigo para a democracia vem do CHEGA.

A amálgama de um filho-de-puta


Temos aqui um filho-de-puta que defende a ideia segundo a qual o progresso é uma lei da Natureza. Basta uma plêiade de selvagens civilizados da índole dele para deitar o progresso pela pia abaixo.

O texto é iníquo. Compromete todos os professores, sem excepção, com uma determinada visão da sociedade; ou seja, com uma determinada visão ideológica da sociedade. E quem não concorde, é “estúpido e intolerante”. E tudo isto em nome do “progresso”.

Quando nós vemos, e verificamos, por exemplo, que na Alemanha saiu uma nova lei que permite que crianças com menos de 14 anos mudem de sexo uma vez por ano — vem este filho-de-puta dizer que não existe Ideologia de Género nas escolas da União Europeia e de Portugal.

Quando os tribunais do Canadá exigem que todos os intervenientes de julgamentos (incluindo os réus) se identifiquem previamente com os seus “pronomes” — vem este filho de um cabrão dizer que “a Ideologia de Género é a tua tia”.

Depois, a amálgama destes filhos-de-puta é sempre feita invocando as excepções à regra: transformam, por passe de mágica, as excepções em regra, ignorando a noção de juízo universal, desvalorizando as consequências nefastas da Ideologia de Género (que, dizem eles, não existe), e dizendo que o mais importante é o caso isolado e raríssimo daquele aluno choroso que tem uma tetravó moribunda.

O canalha que dá pelo nome de Rui Correia não é propriamente uma caricatura de Groucho Marx, que perguntava:

“¿Acreditas no que os teus olhos mentirosos vêem, ou naquilo que eu te digo?!”

O palhaço é sempre uma caricatura dele próprio.

Morreu o segundo dos quatro cavaleiros do apocalipse


Depois de Christopher Hitchens, morreu ontem Daniel Dennett. Para que a obra de Deus fique completa, neste particular, falta que “batam a bota” Richard Dawkins e Sam Harris.

Que a terra lhe pese como chumbo.



sexta-feira, 19 de abril de 2024

Wittgenstein é um caso Wittgensteiniano


No seu último livro (“A Vida do Espírito”, publicado postumamente e inacabado), Hannah Arendt refere-se a Kant e à “Crítica da Faculdade de Julgar”, em que se defende que o ser humano, de uma forma intersubjectiva, procura a verdade: a partir da “Analítica do Belo”, Arendt define uma faculdade subjectiva que discerne o bem do mal, da mesma forma que o juízo estético distingue o belo do feio.

Porém, Kant defendia uma abertura de espírito, por forma a acomodar concepções alógenas de “Belo” e de “Bom”. Mas, conforme Arendt, isso não é sempre possível quando existe um conflito com os valores civilizacionais.

Mutatis mutandis: haverá sempre alguém que gosta do cheiro a merda — isto é “inevitável”, acontecerá sempre (Mateus 18, 7) —, o que não significa que uma minoria merdosa ganhe legitimidade e Poder para ditar o Gosto intersubjectivo e o conceito vigente de Belo e de Bom (que é o que acontece actualmente com uma minoria merdosa).


“Reduzir a filosofia à análise linguística equivale a supôr que só há pensamento alienígena.”

Nicolás Gómez Dávila


Wittgenstein estudou engenharia; e depois aprendeu filosofia com Bertrand Russell que nunca lhe dedicou uma linha nos seus escritos. Bertrand Russell ignorou completamente Wittgenstein.

A única obra publicada por Wittgenstein (em vida) foi o Tractatus Logico-philosophicus que é uma espécie de livro de aforismos altamente subjectivos, e que supostamente apresenta uma reflexão analítica da linguagem e as condições de representação do mundo através da linguagem.

Ou seja: o Tractatus Logico-philosophicus é um livrinho de defesa do positivismo puro e duro, que reduz a “verdade” ao “verificável”.

¿O que é, para Wittgenstein, uma proposição dotada de sentido? É uma proposição passível de ser verificada (ver verificação).

A velha “lógica” positivista (a tal “lógica que evolui”) é a seguinte: o critério da significação — ou seja, o critério da razão, ou o critério daquilo que pode ser considerado 'racional' — é a verificação. Tudo o que não é verificável não tem significado, ou seja, não é racional.

Isto é um nominalismo radical.

Porém, esta proposição — “o critério da significação é a verificação” — não é, ela própria, verificável. O engenheiro Wittgenstein não se deu conta da sua própria contradição.

A viragem de 180 graus: Wittgenstein é um caso Wittgensteiniano

Na última fase da sua vida, Wittgenstein mudou de tom: abandonou o nominalismo radical (atomismo lógico), e avança com a noção de “jogo de linguagem”, referida aqui pela professora Helena Serrão com o significado de “semelhança de família”.

No contexto de “jogo de linguagem”, a linguagem passa a ser (para Wittgenstein) uma espécie de caixa de ferramentas, com muitos instrumentos com muitíssimas funções, fazendo com que (alegadamente) não exista uma maneira correcta e outras incorrectas de os utilizar — se Wittgenstein vivesse hoje em Portugal, seria um acérrimo defensor do Acordo Ortográfico “à la carte”.

Por outras palavras: segundo Wittgenstein, não há regras na linguagem significante: não existe (alegadamente) uma essência da significação. Nesta última fase da sua vida, Wittgenstein já não concebe a linguagem do ponto de vista cognitivo, mas antes do ponto de vista da comunicação, variada e variável.

Em função da comunicação, toda a linguagem passa a ser legítima, mesmo que não signifique nada de preciso (por exemplo: “A isto, e a coisas parecidas, chama-se 'jogo'” — isto é um “positivismo ao contrário”, um subjectivismo exacerbado que continua, porém, a negar a existência das categorias universais (realismo).

As “semelhanças de família”, segundo Wittgenstein, não são categorias (científicas) que tentam classificar a realidade (realismo): são impressões subjectivas, que não têm que ser necessariamente intersubjectivas. E a linguagem científica não é (para ele, esta fase) mais do que um jogo de linguagem, entre outros jogos.

Agora percebemos por que razão Bertrand Russell ignorou Wittgenstein.

Eugénio Lisboa não respeita a métrica poética


Alguém, por favor, que informe postumamente o Eugénio Lisboa que os sonetos têm métrica.

Obrigado.

Para o Mário Machado, não há metáfora que o valha: não é imigrante!


Quando o preto Mamadou Ba afirmou, nas redes sociais, que “devemos matar o homem branco”, o sistema de justiça português ficou quedo e calado — alegadamente porque o referido preto proferiu aquelas palavras “metaforicamente”.



Quando o Mário Machado escreveu no TwitterX que as meninas da Esquerda radical “deveriam ser violadas pelos imigrantes indostânicos de que elas tanto gostam”, não só a mensagem dele foi retirada do seu contexto irónico (pelos jornaleiros dos me®dia e pelo Ministério Público), como também a metáfora não foi sequer equacionada como possível, pelo sistema de Justiça português.

A metáfora só é válida quando se aplica à mensagem da Esquerda radical. E dos imigrantes.