quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O absurdo do conceito de “crime público” — aditamento

 

As leis expressam uma forma negativa da moralidade: não dizem o que devemos fazer, mas antes dizem o que não devemos fazer — dizem-nos apenas o que não é permitido. Porém, começamos hoje a ter leis que nos dizem o que devemos fazer, e por isso é que o João Miranda está preocupado (e eu também).

Quando as leis pretendem dizer-nos o que devemos fazer, obtemos o conceito legal de  “crime público”.

Ou seja, a lei entendida nestes termos pretende ser um substitutivo da moralidade, por um lado, e por outro  lado este conceito de “lei” tende a abarcar progressivamente todo o Direito. É previsível que o conceito de “crime público” seja alargado paulatinamente ao longo do tempo, por forma a acomodar os “imperativos categóricos” do Estado Socialista, Maçónico e Laico.

O conceito absurdo de “crime público” é pidesco e transporta consigo um cheiro a totalitarismo.

Quando a ética e a moralidade falham (por culpa das elites socialistas e maçónicas), o Estado recorre a medidas para-totalitárias.

Antigamente havia o Padre, o professor e o juiz; hoje há o medo da polícia. O Padre, o professor e o juiz faziam apelo à  razão; o medo da polícia é irracional. Ou seja, quando a lei pretende substituir a moral, está a tentar irracionalizar o cidadão; e pode tentar durante algum tempo, mas não poderá tentar sempre.

A burrice da Inês Pedrosa

 

Não conheço a Inês Pedrosa e nem quero conhecer!. Sei que elas escreve umas coisas nos me®dia; e sei que é mulher. E sei que a Inês Pedrosa, a julgar por este texto, é burra (e loura).

“A frontalidade tem, no Vaticano como no resto do mundo, um escasso clube de fãs, pelo que o som dos aplausos a este discurso papal foi quase inaudível: os cardeais aos quais Francisco puxava as orelhas acusaram o toque prendendo o burrinho, não às estacas da caverna de Belém onde nasceu Jesus, mas uns aos outros.”

bdc-pbVamos fazer uma analogia que todos os portugueses podem perceber; e a analogia passa por uma pergunta: o presidente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho, quando foi para o FaceBook criticar violentamente o treinador e os jogadores do clube, ¿será que ele usou de frontalidade?

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

¿Será que a Raquel Varela vai publicar um livro?

 

O Diário de Raquel Varela (2014).

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Ir a Roma e não ver o papa

 

Na próxima vez que for a Roma não vou ao Vaticano, para seguir o exemplo do papa Bergoglio que foi ao parlamento europeu, em Estrasburgo, e não foi à  catedral da cidade.

«In his speech to the European Parliament, Pope Francis speaks of the roots of Europe, but never makes clear that they are Christian. He exalts spirituality, but he barely mentions the name of God, and never that of "Christ". He mentions "human rights", "solidarity", "exploitation, "diversity", "the environment", "globalization", and "immigration", but does not say "abortion", "euthanasia" or "homosexual marriage".»

Eric Zemmour looks at the Pope

O Curandeiro da RDP defende Engels por interposta pessoa

 

O recurso sistemático à ambiguidade no discurso é característica dos cobardes.

Este texto publicado pelo Curandeiro da RDP reflecte a essência do livro “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado”, de Engels. O Curandeiro da RDP tem todo o direito de pensar o que quiser, mas não temos que o aturar nos me®dia pagos com o nosso dinheiro dos impostos.

julio machado vaz web

O papa Bergoglio defende o aquecimentismo

 

Depois da caça às bruxas, própria de um tirano, que o papa Bergoglio está a fazer na estrutura da Igreja Católica, prepara-se agora para defender a religião do Aquecimento Global Antropogénico. O papa Bergoglio transformou-se no cavalo de Tróia dos inimigos da Igreja Católica.


“Tanto quanto está autorizado a resistir a um Papa que comete uma agressão física, do mesmo modo que é permitido resistir-lhe se faz mal às almas ou perturba  a sociedade e, com mais forte razão, se procurasse destruir a Igreja — é permitido, digo, opor-se a ele não cumprindo as suas ordens e impedindo que a sua vontade seja realizada.

Não é lícito, contudo, julgá-lo em tribunal, impor-lhe punição, nem o depor, pois estes são actos próprios a um superior”.

São Roberto Belarmino, De Romano Pontifice, Livro II, Capítulo 29.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A orientação sexual sado-masoquista

 

Muitos de nós já ouvimos (pelo menos) falar no “amor batidinho” de algum casal vizinho, em que depois de um assento de estaladas e berros se segue uma sessão de gemidos e um frémito do enxergão que perpassa a estrutura do betão armado e penetra na nossa cozinha. Trata-se de uma orientação sexual tão respeitável como qualquer outra: a sado-masoquista.

O João Miranda escreve aqui o seguinte:

“Violência doméstica tem evoluído para se tornar um crime especial, com especial protecção para as vítimas e limitação dos direitos dos acusados (que, até prova em contrário, antes de serem julgados, são tão inocentes como um acusado de fraude fiscal).”

dominatrixO problema é o de saber discernir entre violência doméstica, por um lado, e a orientação sexual sado-masoquista, por outro lado.

Uma vez, era eu jovem e inexperiente, vi um homem bater na mulher na via pública. Obviamente interferi e apartei o homem da mulher; mas qual foi o meu espanto quando a mulher me aplicou um murro no nariz que me partiu a cana. Aprendi para nunca mais! Esta coisa da orientação sexual sado-masoquista tem razões que a razão desconhece.

Não cabe na cabeça de ninguém que o politicamente correcto proteja todas as orientações sexuais e mais alguma, esquecendo-se da orientação sexual sado-masoquista. Há aqui uma clara e intolerável  discriminação em relação à “autonomia do cidadão”!

O conceito absurdo de “crime público”

 


O João Miranda escreve aqui um verbete com que estou de acordo embora por razões diferentes das dele. Ou melhor: estou de acordo com o João Miranda em relação a determinados princípios, embora não esteja de acordo com a teoria que o João Miranda desenvolve a partir desses princípios.

Por exemplo: ¿o que é “crime público”?

Se existe o conceito de “crime público”, é porque existe, em contraposição, o “crime privado”. E parece que, a existir o “crime privado”, este não é tratado como “crime público”. Ora, o crime é sempre público, ou então não é crime. “Crime público” é uma redundância!, um pleonasmo. É como “subir para cima” ou “descer para baixo”. Só podem coexistir “crime público” e “crime privado” se a Lei for esquizofrénica.

Qualquer crime propriamente dito pode ser denunciado por qualquer pessoa — não seria necessário que se criasse uma tautologia jurídica para esse efeito. Só não denuncia um crime, de que tenha conhecimento, quem não o quer denunciar: é uma questão cultural, e não propriamente jurídica.

Os legisladores — os políticos — pensam que podem mudar a cultura antropológica através da manipulação absurda da linguagem. Desejo-lhes muito sucesso!

Por outro  lado, estou de acordo com o João Miranda quando ele diz (por outras palavras) que a lei deve ser abstracta e universal, e que os factos não criam normas (embora as normas possam criar factos) — seguindo, aliás, o princípio da negação da falácia naturalista.

A revolução sexual e a libertação da mulher

 

Este anúncio publicitário abaixo reflecte fielmente o corolário da “revolução sexual” e da “libertação” da mulher no século XXI: um grupo de homens viola uma mulher. A “revolução sexual” é sinónimo de cultura da barbárie e a “libertação da mulher” é exactamente o seu oposto.

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Não adianta às feministas berrar, porque estava escrito nas estrelas que o corolário seria este: o conceito de “libertação da mulher” foi essencialmente criado por homens e seguido por mulheres estúpidas criteriosamente colocadas na ribalta cultural e social pelo intelectualismo masculino do século XX.  Por exemplo, a alegada independência ideológica de Simone de Beauvoir em relação a Jean-Paul Sartre é puro sofisma: na essência, ela pensou como ele queria que ela pensasse.

O meu desprezo pelo feminismo é essencialmente o desprezo pela burrice que não é apanágio da mulher mas também dos homens.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Os patrões não podem discriminar os manetas voluntários — diz a Isabel Moreira

 

Começa a estar na moda os manetas voluntários: são pessoas que cortam os braços para não terem  que fazer tatuagens. Além disso, a ausência de pelo menos um braço é uma forma de diferenciação em relação à maioria, o que reforça o simbolismo da autonomia do indivíduo.

Para a deputeda socialista Isabel Moreira, os manetas voluntários não devem ser tratados como malucos e não devem ser discriminados pelos patrões, no que respeita à admissão em qualquer posto de trabalho.

Segundo o projecto de lei de Isabel Moreira, os trabalhadores manetas voluntários ambidextros não precisarão de assistência para irem ao WC, mas os canhotos precisarão da colaboração da entidade patronal quando forem aliviar a bexiga. Além disso, prevê-se que entre na moda os pernetas voluntários que serão obrigados a trabalhar em cadeiras de rodas — e segundo Isabel Moreira, também estes não podem ser discriminados pelos patrões.

isabel moreira

O papa do ressentimento

 

O "papa Francisco" é a imagem espelhada do mundo actual em que existe uma abstracção do conceito de “dinheiro” na sua relação com os bens materiais concretos, por um lado, e por outro  lado esse conceito abstracto de “dinheiro” (separado da realidade) torna-se na centralidade da política.

Segue-se que a miséria existencial é, por isso, atribuída ao desejo material (os novos cristãos gnósticos), por um lado, e por outro  lado impera a ideia segundo a qual a abundância material gera felicidade (por exemplo, em Raquel Varela como em qualquer liberal de direita). Os papas têm procurado não cair nesta dupla armadilha, mas o "papa Francisco" é a imagem espelhada (a imagem invertida no espelho) deste tipo de cultura actual.

A verdade é que não existe uma relação directa entre a miséria material e a miséria espiritual, e a ausência de sentido de vida não é característica de um grupo social (rico ou pobre). Mas a ilusão de que  a abundância material é a causa da felicidade, ou que a miséria existencial está ligada ao desejo material (a diabolização de qualquer desejo que não seja utópico) é a principal causa do ressentimento e da inveja que grassa na cultura antropológica actual.

A procura obsessiva da igualdade material implica que o conceito de pessoa seja substituído pelo conceito atomizado de indivíduo, o que significa que as formas dos seres humanos sejam obnubiladas ou dissolvidas no conceito de “Homem Massa” de Ortega y Gasset; e a dissolução das formas humanas exacerba o ressentimento social do homem actual, ressentimento esse que não existia em tão grande escala no passado.

O discurso do papa Bergoglio reflecte claramente o ressentimento moderno, para além de desprezar a tradição e transmutar a transcendência em imanência — na linha Karl Marx, Nietzsche, de Heidegger, Jean-Paul Sartre, etc.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O papa Bergoglio quer acabar com a Guarda Suíça

 

Depois de, na véspera de Natal, o "papa Francisco" ter desancado na Cúria do Vaticano, nomeando todos os defeitos e mais algum dos membros da Cúria — esquecendo-se de mencionar, contudo, quais seriam as suas próprias virtudes; talvez, um dia destes, o papa Bergoglio se dirija à  Cúria desfiando o rosário das suas (dele) virtudes —, o "papa Francisco" pensa agora em acabar com a Guarda Suíça do Vaticano.

Os membros da Cúria que aguentem os insultos dele: afinal, também foram eles que elegeram a besta! Mas que o papa Bergoglio queira acabar com a Guarda Suíça, que existe no Vaticano desde 1506, o assunto já não é apenas nem do papa Bergoglio nem da Cúria.

SwissGuard

A evolução darwinista é impossível

 


Se a Teoria da Informação é verdadeira, a evolução darwinista é impossível, porque a informação de novas formas terá que estar previamente incorporada na procura que se faz dessas novas formas.

A evolução darwinista é impossível quando é concebida como “evolução aleatória e não guiada”, porque se não existe informação prévia (se não existir uma condução do processo que pressupõe a existência de informação), as hipóteses de algo acontecer sem essa informação tornam a evolução darwinista impossível.

Dá-se como exemplo a procura do tesouro na ilha: ou temos informação prévia da área onde pode estar o tesouro, ou prosseguimos escavando a terra de forma aleatória (sem informação). No segundo caso, a probabilidade de encontrarmos o tesouro é muito baixa se a ilha for grande.

Ou seria como se uma companhia de petróleo fizesse prospecção de novos poços de petróleo sem qualquer informação prévia e de forma aleatória.

O teorema de Gödel  já tinha colocado este problema, embora de uma forma diferente: é impossível demonstrar a não-contradição de um sistema (sendo bastante rico) pelos seus próprios meios, ou mediante meios mais fracos.

Por exemplo, um computador suficientemente complexo para simular o trabalho cerebral, e submetido a um rigoroso determinismo no que respeita ao seu mecanismo e às permutas com o exterior, não permite calcular, em um tempo t, o que ele (computador) será num tempo t+1 — só o consegue na medida em que a sua determinação, por si só incompleta, estiver submetida à determinação de um outro computador de ordem superior, mas que, nesse caso, também não está de modo nenhum inteiramente determinado por si mesmo; e assim consecutivamente, ad infinitum.

Não se quer dizer que a teoria de Darwin seja falsa; o que se quer dizer é que é impossível.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Boaventura Sousa Santos, o profeta da desgraça

 

Uma das características da mente revolucionária é a certeza do futuro. Não se trata apenas de avaliação de tendências ou de probabilidades: por exemplo, se eu vejo um carro a 120 Km/h em uma rua estreita da cidade, posso afirmar que existe uma forte possibilidade e até probabilidade de o carro provocar um acidente grave — o que pode não acontecer. A probabilidade (no sentido epistemológico, e não no sentido matemático) é estatística — baseia-se na nossa experiência do passado.

A probabilidade, concebida por uma mente sã, opõe-se à certeza do futuro que caracteriza a anomalia da mente revolucionária do Boaventura Sousa Santos.

Eu devo dizer que não gosto dos Estados Unidos de Obama — nem um pouco! — e por isso tolero, até certo ponto, a Rússia de Putin que representa hoje muito mais a tradição cristã do que o muçulmano Obama. E a ironia que encontro neste texto de Boaventura Sousa Santos é a de que, atacando ele Obama e aquilo que ele representa a nível cultural e político, por um lado, e por outro lado vitimizando a Rússia, Boaventura Sousa Santos aproxima-se das posições políticas de Marine Le Pen!

boaventura sousa santos web

Maçonaria: dividir para proibir em nome da “liberdade” e da “igualdade”

 


“El tradicional árbol de Navidad que engalana miles de ciudades de Europa está en cuestión en distintos puntos del viejo continente. El motivo sería la ofensa a las creencias de los musulmanes por lo que en varias ciudades o están siendo retirados o cambiados por otra serie de objetos que no molesten a los seguidores de Mahoma.

Esta situación comienza a ser especialmente grave en países históricos de la Unión Europea como Dinamarca y Bélgica, que actualmente tienen tasas de inmigración de origen musulmán bastante importantes.”

Ciudades europeas retiran el tradicional árbol de Navidad por temor al islam

gare-de-MetzPrimeiro, o sistema político — coordenado pela maçonaria — incentivou a imigração muçulmana em massa; depois, serviu-se do pretexto de existirem muitos muçulmanos na Europa para retirarem direitos aos cristãos autóctones e às tradições e cultura locais.

Isto foi feito de propósito. Trata-se da agenda política maçónica europeia, aliada tacitamente à Esquerda radical, que engendrou o multiculturalismo que proíbe a manifestação pública da tradição cristã.

Esta agenda política é maquiavélica e tenebrosa: serve-se do pretexto dos “direitos” de uns para tirar direitos a todos.

Em nome da “igualdade”, toda a gente fica sem direito à expressão pública da sua cultura  e da sua religião — com excepção da maçonaria cuja cultura consiste exactamente na manifestação pública da oposição às tradições religiosas e culturais da Europa.

Porém, e como acontece quase sempre na História, o feitiço vira-se contra o feiticeiro.

Uma sociedade com uma grande percentagem de muçulmanos não é tão fácil de controlar quando comparada com uma sociedade cristã.

A maçonaria europeia arranjou um problema de todo o tamanho — mas é preciso que afirmemos, de forma clara e inequívoca, que os principais culpados não são os muçulmanos imigrantes — porque estes apenas seguem a natureza do Islão que é um princípio de ordem política —, mas antes os principais culpados são os membros da maçonaria europeia aliados à  esquerda radical. São com estes últimos que teremos que ajustar contas.

Votos de um Natal Feliz !

feliz natalm web

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O que nos levou à crise: meios de produção obsoletos

 

“O que nos leva à verdadeira causa da crise de 2008: a crise de 2008 deveu-se ao sucesso do capitalismo em revolucionar os processos de produção nos 30 anos anteriores, tornando obsoletos uma grande variedade de meios de produção, de actividades económicas e de produção. Tudo o resto é circunstancial, e poderá ter retardado a transição para um novo sistema económico, tornando inevitável uma transição abrupta.

Por exemplo, baixas taxas de juro impostas pelos bancos centrais são uma tentativa de manter rentáveis processos de produção obsoletos. Essas baixas taxas de juro prolongam artificialmente a vida de projectos que deviam ser desmantelados e abandonados para assegurar uma transição suave.

Mas não foram os bancos centrais que tornaram o fax, o CD, a máquina fotográfica ou a livraria obsoletos. Foi o capitalismo.”

João Miranda

Feliz Natal !

Ai dezanove, dezanove!, deus queira que empatem!

 

“Observador foi eleito Média do Ano pelo Dezanove. As deputadas Isabel Moreira (PS) e Teresa Leal Coelho (PSD) são distinguidas e o chumbo da co-adopção é o acontecimento nacional.”

As personalidades e projectos LGBT de 2014

 

isabel moreira web

A falácia ad Verecundiam e a burrice do Rolando Almeida

 

burro com oculos 300 web“Um dos erros mais elementares consiste em pensar que uma pessoa ou é religiosa e por isso espiritual ou não é religiosa e por isso pouco ou nada espiritual. Na verdade uma pessoa pode ser religiosa e muito pouco espiritual (mesmo pensando que é profundamente espiritual) e pode ser não religiosa e profundamente espiritual. Isto porque a dimensão espiritual não é uma propriedade exclusiva das religiões nem das crenças religiosas.

Edward O. Wilson é talvez o biólogo vivo mais respeitado no mundo e professor emérito da Universidade de Harvard, com um currículo de mais de 100 prestigiados prémios.”

Ciência, espiritualidade e humanidades, por Rolando Almeida


1/ o Rolando Almeida fala em “espiritual” sem que se saiba o que se pretende dizer com “espiritual”. Por exemplo: uma pessoa que gosta de música clássica ¿é, só por esse facto, “espiritual”? ¿O que significa “espiritual”?

Espiritual vem do latim spiritus, que significa “sopro”. Em filosofia (vamos deixar a teologia de parte!), o espírito é aquilo que se opõe à natureza e à matéria; é um princípio imaterial que é considerado primordial na escala da essência e do conhecimento.
Segundo Hegel, o espírito é o princípio racional que anima a História; e o Espírito Absoluto — segundo Hegel — é o espírito que alcançou a sua verdade ou a sua realização absoluta através da mediação da arte, da religião e da filosofia. Portanto, até Hegel, que defende um monismo, alia necessariamente a religião ao espírito.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Stephen Hawking e a morte da filosofia

 

“Hawking defende que a filosofia morreu pois as grandes questões são respondidas pelas ciências da natureza, nomeadamente a física. Mas parece existir um grande problema na afirmação de Hawking. Como é que a física pode mostrar cientificamente que a filosofia morreu? Como é que Hawking consegue responder a essa grande questão sobre a morte da filosofia sem, ao mesmo tempo, filosofar? Que pensar disto?”

A filosofia morreu

Stephen Hawking parte de um princípio (um postulado; ou um axioma) segundo o qual “as pessoas só vivem neste mundo uma vez”. Não é possível fazer prova científica (no sentido do método das ciência da natureza) da verdade desse argumento, mais quando sabemos que a primeira célula viva que apareceu no universo ainda existe hoje — ou seja, essa célula primordial não morreu. Mas partir desse princípio também é filosofar — assim como um matemático parte sempre de um postulado para construir uma teoria através do formalismo matemático; e, neste sentido, também o matemático é um filósofo.

Stephen Hawking entende a filosofia no sentido do Positivismo, ou do neo-empirismo, em que filosofia era entendida como produto da “ilusão da linguagem”. Hoje ainda existem muitos pobres espíritos que pensam assim, apesar de demonstrações lógicas entretanto feitas que refutam o simplismo dessa forma de conceber a filosofia e o pensamento humano.

Stephen Hawking ficará para a História como o estereótipo do “cientista idiota”: através de um pensamento circular, recusa o carácter tautológico da ciência, por um lado, e por outro  lado confunde “ciência” com “técnica”.

Os antolhos ideológicos do jornal “O Diabo”

 

Qualquer português sabe que a privatização dos CTT (uma empresa pública que dava lucro!) deu na degradação dos serviços de correios, por um lado, e por outro  lado transformou um monopólio do Estado em um monopólio privado.

A maior contradição liberal que possamos conceber é a ideia de “monopólio privado”; um liberal (em economia) que defenda um monopólio privado não faz ideia do que seja o liberalismo económico. Por isso é que o Carlos Abreu Amorim acaba por ser mais coerente do que os liberais de pacotilha que por aí pululam.

Portanto, é evidente que os serviços de correio, prestados pelos CTT, estão hoje degradados, e ainda não passou um ano sobre a privatização. Por este andar, Portugal vai voltar aos correios da Idade Média.

O jornal “O Diabo” tenta justificar a opção ideológica do governo de Passos Coelho de privatizar a TAP (nos termos em que a quer privatizar) através da crítica à ideologia aos sindicatos. Ou seja: tu quoque.

É este tipo de irracionalidade, de ambas as partes (capital versus sindicatos), que tomou conta de Portugal desde 1974, e que impede que ambas as partes tenham argumentos sólidos e atitudes e acções úteis — porque aquilo que é útil pode não ser pragmático, e porque o pragmatismo não considera a verdade como um valor. O pragmatismo de Passos Coelho (tal como o pragmatismo dos sindicatos) também é ideológico e não se preocupa com a verdade.


Diz O Diabo:

“O argumento oficial dos grevistas é primário: a TAP não deveria ser entregue a privados porque a empresa representa um interesse estratégico nacional. De nada tem servido lembrar-lhes que não cabe aos sindicatos decidir o que é ou não é o interesse nacional e como este deve ou não deve ser defendido, pois não detêm qualquer prerrogativa legislativa ou executiva no regime democrático.

Essa decisão cabe aos deputados da Nação, legitimamente eleitos pelo povo, e ao Governo que desse Parlamento imana e periodicamente presta contas ao eleitorado.”

burro com oculos 300 webQuando Passos Coelho foi eleito com um programa eleitoral que depois virou (literalmente) do avesso, é estranho que se venha defender a “legitimidade dos deputados da Nação”.

Ou seja, os “deputados da Nação” podem defender uma coisa e o seu contrário, mas a opinião pública e as organizações da sociedade civil (como é o caso dos sindicatos: são organizações da sociedade civil) não podem ter qualquer opinião ou empreender quaisquer acções “em defesa da Nação”. Foi com posições destas que o Estado chegou a este estado.

Com o programa eleitoral apresentado por Passos Coelho em 2011, e com o qual ganhou as eleições, o presidente da república deveria ter convocado eleições antecipadas logo que possível — porque Passos Coelho foi eleito de forma legal mas não é um legítimo primeiro-ministro. Nem tudo o que é legal é legítimo. Não é legítimo enganar os portugueses, embora neste país seja legal.

Mas como o presidente da república é da mesma cor política do primeiro-ministro, tornou-se legítimo o que é de facto ilegítimo. Esta é uma das muitas razões por que o Chefe-de-estado deve ser o Rei.

domingo, 21 de dezembro de 2014

A Grécia, a Noruega e a igualdade de género da Raquel Varela

 

a-julie-da-noruegaOs noruegueses são conhecidos por “árabes do norte”. Têm petróleo.

A Grécia não tem petróleo; e tem menos indústria transformadora do que Portugal (e Portugal tem pouca). A Grécia vive essencialmente do sector terciário (turismo, serviços) sem ser uma sociedade pós-industrial — o que só é possível no absurdo da União Europeia.

Mas mesmo os “árabes do norte” começam agora a ter problemas, porque o preço do petróleo vai por aí abaixo; e não só, outros países pós-industriais do norte, como a Suécia e a Dinamarca começam agora a sentir os efeitos da desindustrialização, e é essa uma das razões plausíveis por que a Noruega, a Suécia e a Dinamarca não aderiram ao Euro — para poderem controlar as suas políticas monetárias e cambiais.

Comparar os pobres gregos com os “árabes do norte” não lembra ao careca.

 

“Vejo a foto da Julie, forte, corajosa e de sorriso delicado, e penso como uma imagem faz cair por terra tanto. Faz cair o chauvinismo norte-sul. Faz mais pela igualdade de género do que mil arrobas a atrapalhar a escrita. É também uma imagem de liberdade, porque carregada de sedução, sem medo. Da Noruega para a Grécia, de uma jovem dirigente sindical livre para velhos estivadores acossados pelo despotismo patronal, de uma mulher para os homens do porto de Pireu. É toda uma outra ideia de Europa.”

A ideia da “Julie Estivadora, forte, corajosa” transmite a noção de uma mulher que carrega dois sacos de batatas em cada ombro — quando a Julie Estivadora está sentada, de forma segura, em cima de uma grua manobrando um volante e umas mudanças. A “igualdade de género”, reduzida a isto, é a reificação (como diria Karl Marx) de uma ilusão.

A “igualdade de género”, segundo a Raquel Varela, é a mulher poder fazer aquilo que pode, sem ter que fazer aquilo que não pode e que cabe aos homens fazer. E aquilo que só a mulher pode fazer — que é parir — está sujeito aos “direitos reprodutivos” subjectivos que faz com que a mulher possa negar aquilo que o homem não pode: a sua própria natureza.

Não há almoços grátis! ¿Será que o "papa Francisco" tem dinheiro para pagar?

 

“Con el restablecimiento de las relaciones diplomáticas entre EEUU y Cuba ha llegado la hora de saldar cuentas y que ambos países pongan su contador a cero. Durante estas últimas décadas, mucho se ha hablado de las malignidades de un embargo impuesto al país castrista en octubre de 1960, aunque muchas veces se olvida que esta medida surgió como respuesta a la monumental oleada de expropiaciones acometidas por el Gobierno de la isla tras la Revolución cubana.

Viviendas, cuentas bancarias, maquinaria, arte... La lista de activos de los que se apoderó Castro en durante el proceso de nacionalización de la economía de su país es infinita. Según ha publicado el periódico The Boston Globe, ascendería a 7.000 millones de dólares, unos 5.685 millones de euros. La publicación ha calculado esta cifra sumándole unos intereses del 6% a unos activos que fueron valorados en 1.800 millones de dólares.”

EEUU reclama a Cuba 5.700 millones en inmuebles expropiados

viva cuba livre web

Teresa Leal Coelho e a maçonaria

 

teresalealcoelho-webTeresa Leal Coelho faz parte do sistema político que a maçonaria coordena. O problema é que ela é feminista (no sentido de “feminazista”), e enquanto tal não pode tolerar o “sexismo da maçonaria”. 

O que incomoda Teresa Leal Coelho, no que diz respeito à  maçonaria, é a forma e não o conteúdo da associação secreta. Se as lojas maçónicas masculinas aceitassem mulheres e fizessem lá uns bacanais semi-públicos com elas, teríamos a Teresa Leal Coelho a defender a maçonaria no ”paralamento”.

O secretismo, na maçonaria, é uma norma — em relação à  qual se pode emitir um juízo de valor. Mas não é o secretismo da maçonaria, entendido em si mesmo, que incomoda a Teresa Leal Coelho: é o secretismo masculino que a incomoda.

Uma vez que o conceito de “secretismo feminino” é uma abstracção, Teresa Leal Coelho (na sua condição de “feminazista”) sente a necessidade de destruir qualquer tipo de secretismo.

Tenho muita pena, mas não concordo com o Padre

 

 

“Representação” não é a mesma coisa que “hipóstase”.

“Representar”  — não no sentido psicológico, mas no sentido jurídico ou pessoal — significa “assegurar a presença, por substituição, de alguém, que pode estar ausente ou não”.

Por exemplo, um advogado “representa” o arguido não obstante este esteja também presente no tribunal. A representação não significa necessariamente que o representado esteja ausente. O sacerdote, por maioria de razão, mas o cristão também, é um representante de Jesus Cristo.

O conceito de “hipóstase”, no sentido grego, designa uma personificação inferior de uma divindade mais importante.

Por exemplo, a ninfa Calisto era considerada uma simples hipóstase da deusa Artemisa. [Os primeiros padres — Patrística — recuperaram este conceito grego e passaram a designar como “hipóstases” as três pessoas da Santíssima Trindade]


O Padre Gonçalo  Portocarrero de Almada mistura aqui “representação” e “hipóstase”.

“Pelo Baptismo adquire-se uma verdadeira e real configuração com Nosso Senhor, ou seja, uma autêntica participação na sua filiação divina.

Contudo, o sacramento da ordem habilita o fiel para ser não apenas outro Cristo, mas o mesmo Cristo, na medida em que, por efeito dessa graça, adquire a capacidade de agir em nome de Jesus, isto é, como se fosse Ele próprio.

Por isso, quando um presbítero consagra o pão e o vinho, transformando-os, respectivamente, no Corpo e Sangue de Deus, ou perdoa os pecados, proferindo a fórmula da absolvição sacramental, não o faz em seu nome pessoal, em cujo caso nada aconteceria, mas enquanto é, nesse acto, Cristo, a quem não só representa como também personaliza.”

O sacerdote não é uma hipóstase de Jesus Cristo: apenas O representa.

E essa representação dá-lhe os poderes que o representado (Jesus Cristo) lhe outorga. O sacerdote é o “meio” através do qual Jesus Cristo é representado — mas não é uma personificação de Jesus Cristo (hipóstase).

Quando representamos alguém, não o fazemos em nosso nome pessoal (defendendo os nossos interesses), mas antes defendemos os interesses do representado. Mas isso não significa que o representante assuma uma personificação — ou personalização — do representado. Na Eucaristia, é Jesus Cristo que está presente (espiritualmente), e por isso não necessita de ser personalizado na figura do sacerdote que apenas O representa.

Uma vez que o sacerdote (mas também um qualquer cristão) não pode ser uma hipóstase de Jesus Cristo mas apenas O representa — o sacerdote com uma representação especial, é bem verdade!, porque o sacerdote é um apóstolo de Jesus Cristo  —, é impossível a qualquer cristão (incluindo os sacerdotes) agir como o próprio Jesus Cristo.

“Agir em nome de alguém” não é a mesma coisa que “agir do mesmo modo de alguém” — não só porque a acção de Jesus Cristo é ontologicamente irrepetível, mas também porque estamos a falar de um ser divino e cuja divindade não se estende à humanidade em geral. Haverá alguns sacerdotes, como por exemplo o Padre Pio, que se aproximam do modo de agir de Jesus Cristo, mas essa aproximação não significa uma “personalização” de Jesus Cristo (hipóstase).

sábado, 20 de dezembro de 2014

All Shook Up na missa brasileira

 

 

Quando o sagrado e o profano se misturam, o sagrado passa a ser profano.

(via)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O "papa Francisco" vai comemorar a Reforma luterana

 

Em 2017 fazem 500 anos que Lutero declarou a separação em relação à Igreja Católica; e o papa Bergoglio pretende celebrar o cisma. Fica-lhe muito bem: tamanha benevolência não deixa qualquer margem à hipocrisia!

Mas há dois eventos que o papa Bergoglio não pretende certamente celebrar: em 2018 fazem 30 anos que o Arcebispo Marcel Lefebvre fundou a SSPX, e não consta que o papa Bergoglio esteja para celebrações.

E em 2017 fazem 100 anos das Aparições de Fátima, mas o papa Bergoglio não simpatiza com o culto mariano, e não consta que ele tenha preparada qualquer visita a Portugal, fazendo jus à sua coerência e aversão à hipocrisia.

A actual Direita portuguesa, no Poder, é revolucionária

 

o KapoUma característica da Esquerda é a de que não só respeita os mais velhos do seu grupo político, mas também aprende com a experiência deles. Por exemplo, vimos esse facto com o silêncio respeitoso da Esquerda em geral em relação às palavras escabrosas proferidas por Mário Soares quando foi visitar o seu (dele) amigo José Sócrates à prisão.

Já a Direita não segue o mesmo critério: a opinião dos mais velhos conta pouco.

Isto significa que é a actual Direita que é revolucionária, e que a Esquerda é conservadora — porque uma das características do conservadorismo é o respeito pela opinião, em princípio, mais experiente dos mais velhos.

Passos Coelho veio introduzir na política um espírito revolucionário que se opõe ao conservadorismo — a tal ponto que os prosélitos deste Partido Social Democrata de Passos Coelho (ou da ala de Paulo Portas do CDS/PP, o que vai dar no mesmo) tratam os seus compagnons de route mais velhos como “relapsos da revolução cultural”.

A actual Direita portuguesa, no Poder, é revolucionária.

passos-coelho-wrong-way-webA greve na TAP não tem justificação. Mas a teimosia do governo de Passos Coelho em não querer dialogar com os sindicatos também não tem justificação. Há três hipóteses em relação à privatização da TAP, a ver:

1/ uma questão puramente ideológica, da parte de Passos Coelho. Ele vê o mundo de certa forma, e essa mundividência é transformada em dogma: coloca uns antolhos e segue sempre em frente.

2/ a TAP não tem qualquer possibilidade de sobrevivência se não for privatizada a 100%. Esta hipótese já provou ser falsa, e por isso não passa de retórica de baixo coturno vinda do governo de Passos Coelho.

3/ há interesses obscuros, não só da parte do Passos Coelho, mas também de outros píncaros da actual coligação, que consiste em participação em negócio, tráfico de influências, corrupção e possível branqueamento de capitais.

Eu inclino-me mais para a terceira hipótese. Depois da TAP privatizada com dolo para os interesses de Portugal, vamos ver o Passos Coelho — e outros da actual elite política da Direita — na prisão de Évora a fazer companhia a José Sócrates.

E a democracia é isto.

Papa-Che

papa-che- web

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

¿Por que é que a “Gouine comme un camion” não apresenta queixa em tribunal?

 

gouine-comme-un-camionO taxista do Porto que alegadamente, e segundo a “Gouine comme un camion”, agrediu-a por ela ser lésbica, foi suspenso de comunicações via rádio por parte da cooperativa RadiTAxis. E o jornal Púbico congratula-se com a suspensão de um homem que é pai de família.

A pressão dos aberro-sexuais sobre a cooperativa de táxis foi de tal modo que já se acredita que o taxista possa ser deportado para o Tarrafal. 1

Mas pergunto: ¿por que razão a “Gouine comme un camion” não apresenta queixa em tribunal por agressão?

Penso que por uma razão: o Código Penal, no seu artigo 143, nº 3, alínea B, diz que o taxista não será culpado se tiver unicamente exercido retorsão sobre o agressor (nesta caso é a agressora: a Gouine). Ou seja, se o taxista reagiu a uma agressão da Gouine, não é culpado de nada.

Em vez de se recorrer aos tribunais, os aberro-sexuais unidos pretendem linchar o taxista na praça pública. Com a ajuda do jornal Púbico.

Nota
1. Este caso está a ser acompanhado aqui no blogue sob a etiqueta Gouine comme un camion

O Trotskismo burguês da Raquel Varela

 

“A grande frente que temos que fazer, desde logo, é com os trabalhadores alemães que têm os seus salários congelados há mais de 10 anos.

A maior tragédia do século XX, a degeneração da revolução russa e a II Guerra mundial, deve-se à ausência dessa frente, porque a revolução alemã de 1919 e 1923 foi derrotada e levou à degeneração burocrática e ditatorial do estalinismo.

Era evidente que a Rússia atrasada e a escassez que daí advinha não iria dar outra coisa se não uma ditadura, porque as mudanças sociais não podem abdicar de ser feitas com os países onde há mais investimento, populações formadas, excedentes criados etc. para evitar escassez.


Lá se foi a ditadura do proletariado! O Historicismo é isto: a verdade não é dissociável do espírito do tempo e de circunstâncias históricas específicas, e portanto, para o Historicismo a verdade não pode ser universal nem intemporal. Aquilo que era, para Karl Marx e Engels, a classe revolucionária (o proletariado), passou a ser a pequena e média burguesias alemãs.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Rolando Almeida e o Natal dos seus alunos

 

“Será moralmente correto matar o perú para a noite de natal? E mentir sobre o pai natal?”

Filosofia e Natal, por Rolando Almeida


“Peru” não tem acento; noite de “Natal”, assim como “Pai Natal”, escrevem-se com maiúsculas porque são nomes: “Pai Natal” é o nome próprio do homenzinho de barbas brancas que supostamente desce pelas chaminés na noite de Natal — e aquela noite, em particular e não outra noite qualquer, tem um nome: é a noite de Natal.

Os nomes escrevem-se com maiúsculas. Por exemplo, noite de S. João, ou noite de S. António; ou noite da Consoada que é própria da noite de Natal, em que as famílias comem uma consoada especial, com peru e tudo; ou dia de Carnaval (que é um dia específico e próprio) que é a Terça-feira do período do carnaval: ou ainda, noite de Natal.

Para quem escreve “correto” em vez de “correcto”, seria bom que os professores de filosofia começassem a escrever correctamente português.

De resto, o cinismo da criatura não tem classificação possível. Contar uma estória de fadas, ou uma outra do Pai Natal, é “mentir”; despertar a imaginação das crianças é “incentivar a mentira”. E em vez de comer peru na ceia de Natal, deveriam comer favas ou coisa parecida — porque o “natal” não deveria porventura existir. O problema não é a morte do peru: em vez disso, é a merda do “natal”.

E depois — claro está! — reduz o Natal ao peru que não deveria ser comido. A metafísica do Natal, que o Rolando Almeida passa para os seus alunos, é um peru e as “mentiras sobre o pai natal”.

Quando uma idiossincrasia dá direito a igualdade institucional

 

caricasNa sequência do recente acto do fundamentalista islâmico na cidade de Sidney, na Austrália, morreram duas pessoas que foram consideradas heroínas: Katrina Dawson, mãe de três filhos e solicitadora de profissão, e Tori Johnson, dono de um bar (onde aconteceu o morticínio) e coleccionador de caricas.

A colecção de caricas era uma idiossincrasia comportamental de Tori Johnson, uma característica pessoal sua (dele). No entanto, o facto de ele ter essa idiossincrasia (como poderia ter outra qualquer) não o impediu de assumir um acto heróico que salvou pessoas de uma morte certa. Ou melhor: o facto de Tori Johnson ser coleccionador de caricas não o impediu de ser altruísta (porque não tem nada a ver uma coisa com a outra).

Mas a Associação Australiana de Coleccionadores de Caricas pretende que, devido ao acto heróico de Tori Johnson, a sua colecção de caricas venha a ser exposta, de forma permanente, no Museu de Arte Antiga  da cidade de Sidney.

Defende a Associação Australiana de Coleccionadores de Caricas que, em honra da sua idiossincrasia, e para celebração cultural do coleccionismo de caricas, a colecção privada de Tori Johnson passe a pertencer a uma instituição com as características do Museu de Arte Antiga da cidade, e a nela ser exposta de forma permanente.

Ou seja:

Idiossincrasia comportamental (colecção de caricas) dá, alegadamente, automaticamente direito a igualdade institucional por via de um acto altruísta. Para a Associação Australiana de Coleccionadores de Caricas, não é o acto altruísta de Tori Johnson que conta: antes, é o facto de ele coleccionar caricas que é importante.

Porém, não consta que a Ordem dos Solicitadores da Austrália pretenda adoptar a paternidade dos três filhos órfãos de Katrina Dawson — o que seria absurdo.

¿Onde está a “causa”?

 

Quando uma pedra está ao sol, fica quente. ¿Será o Sol a “causa” do calor da pedra?

Desde Kant que sabemos que a “causa” é uma ideia que existe apenas na nossa cabeça. Não é possível ver a “causa” em lugar nenhum: a “causa” só existe no nosso pensamento. O facto da pedra aquecida pelo Sol, é um produto da nossa percepção sensorial — que pode ser medido com instrumentos criados pelo Homem, por exemplo, um termómetro — e do esforço interpretativo do nosso cérebro. Mas, em bom rigor, não é pelo facto de se terem criado termómetros ou espectrografias que, do ponto de vista do naturalismo, a “causa” do aquecimento da pedra tenha sido encontrada.

O Domingos Faria coloca aqui a tese de C S Lewis contra o naturalismo.

“Nenhum pensamento é válido se pode ser totalmente explicado como resultado de causas irracionais.”

Podemos substituir “irracionais” por “não-racionais” (é uma questão semântica).


universoÉ exactamente porque não encontramos a “causa” em lugar nenhum que o naturalismo vingou como uma forma de negação da metafísica — o naturalismo teve êxito porque foi capaz de suprimir determinadas questões ou até nem sequer as colocar. Mas qualquer negação da metafísica é sempre uma forma de metafísica — o naturalismo é uma metafísica negativa.

A irracionalidade do naturalismo não está nas suas eventuais “causas irracionais” (porque não encontramos — fisicamente — a “causa” em lugar algum), mas antes está na negação do Ser para além das manifestações dos fenómenos da natureza material macroscópica. Quando falamos em “causas irracionais” (segundo C S Lewis), estamos a falar de “eventos” que são efeitos concatenados, ou de “factos” que por definição são “coisas feitas”; e não de “causas”.

Se nós não encontramos a “causa” em lugar nenhum do universo, as eventuais “causas” são sempre irracionais com relação ao Homem, embora tenhamos que colocar as hipóteses de serem falsas ou verdadeiras. Ora, é o critério seguro da verdade que o ser humano não possui (o facto de a verdade existir é independente do critério racional seguro que a distinga). A verdadeira irracionalidade está em pensar que o Homem possa descobrir a verdade das “causas racionais” para a existência do universo — porque a “causa” só existe no nosso pensamento. Só mediante a religião o Homem encontra a “causa”.

A visita de Pinto da Costa a José Sócrates

 

Eu sou portista desde pequenino. Os meus bisavós já eram portistas. Posto isto, vamos ao assunto.

Pinto da Costa, na sua qualidade de cidadão, ¿pode visitar José Sócrates na cadeia? Pode!

Pinto da Costa, na sua qualidade de presidente do FC Porto, ¿pode visitar José Sócrates na cadeia? Não!

A solidariedade pessoal de Pinto da Costa com o seu amigo José Sócrates não vincula nenhum sócio e/ou simpatizante do FC Porto. Ou seja, o Senhor Pinto da Costa não tem o direito de fazer política a expensas do FC Porto — e não penso que ele tenha feito isso. Visitou um amigo na cadeia, ponto final!, e até prova em contrário, é isso que me parece.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Argumento ad Hitlerum do Júlio Machado Vaz

 

julio machado vaz webUm exemplo de argumento ad Hitlerum é dado aqui pelo Curandeiro da RDP.

Naturalmente, como todo o esquerdista que se preza, o Curandeiro da RDP deturpa a informação sobre o episódio dos sem-abrigo de Marselha. E sabemos que a maioria dos me®dia está contaminada pela Esquerda.

Segundo o presidente da câmara de Marselha, o cartão dos sem-abrigo não se destinava a ser exposto e colocado na lapela dos sem-abrigo, mas antes deveria ser transportado no bolso ou em qualquer local escondido da vista do público, por um lado, e por outro lado, não continha informação mais sensível do que o tipo sanguíneo.

A extrapolação para a estrela judaica do nazismo só pode vir de mentes doentias.

Entretanto, os sem-abrigo continuam nas ruas de Marselha sem qualquer cuidado apropriado. A Esquerda — e o Curandeiro da RDP — conseguiu o que queria: uma estigmatização, por via negativa, dos sem-abrigo de Marselha.

Não fossem as organizações privadas da sociedade civil, os sem-abrigo da câmara socialista de Lisboa seriam estigmatizados pela negativa (negligenciados). Mas o Curandeiro da RDP preocupa-se com a putativa estigmatização positiva dos sem-abrigo através de um argumento ad Hitlerum.

O papa Bergoglio mente

 

O papa Bergoglio afirmou, a 10 de Dezembro (ver vídeo abaixo) que, durante o sínodo de Outubro passado, nenhuma das verdades do casamento (católico) alguma vez foi colocada em causa. Papa mentiroso.

 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A democracia na União Europeia

 

Segundo uma sondagem realizada na Lituânia, 26% dos lituanos são a favor da entrada do país na zona Euro; e 49% são contra.

A Lituânia vai entrar na zona Euro a partir de 1 de Janeiro de 2015.

strait-jacket-euro-sex web

A lei é sempre repressiva, ou não é lei

 

Uma das características da modernidade é a ideia de que mudando a lei se muda a natureza das coisas. Por exemplo, muita gente pensa que legalizando o "casamento" gay, aquilo passa a ser mesmo casamento. Estão mesmo convencidos disso. A lei passa a ser uma espécie de varinha de condão alquimista que transforma qualquer material em ouro (falso).

Aqui defende-se que a lei seja mudada para que exista mais respeito pelos animais. Mas a lei, no sentido jurídico, é repressiva e estabelece uma obrigação; e em vez de estimular o respeito, fomenta o medo — a não ser que a lei seja sufragada em um referendo maioritário.

dog-africaMesmo a “não-esquerda” alinha pelo conceito de "Vontade Geral" de Rousseau: não é preciso a aquiescência da maioria em relação à promulgação da lei: uma plêiade de auto-iluminados, com um qualquer alvará de inteligência, decide pela maioria e faz a lei.

Não é por que se mude o estatuto jurídico dos animais que estes passam automaticamente a ser melhor tratados. Pelo contrário, pode acontecer que muita boa gente deixe de ter animais para não se meter em sarilhos — para não ter que sofrer a repressão da lei, que muitas vezes é ambígua e presta-se a manipulações políticas. E em vez de termos alguns animais maltratados, as ninhadas serão afogadas à nascença — mas isso, o legislador já não vê; e o que não se vê não conta.

A lei não muda a ética; desenganem-se: é a ética e os seus valores que podem mudar a lei.

Na Tragédia de Sófocles, Antígona opôs-se à lei positiva que proibia a sepultura do seu irmão. Vemos aqui como a Lei Natural se opõe muitas vezes ao Direito Positivo imposto pela "Vontade Geral".

Numa altura em que, através da cultura elitista da "Vontade Geral", se pretende equiparar ontologicamente o animal irracional ao ser humano através do conceito de “ser sensiente”, mais vale mandarmos a elite política à bardamerda: se um animal tem um dono, não deixa de ser “coisa móvel” só porque a lei positiva pretende transmutar a realidade imposta pela lei natural.

O António Oliveira e o “Lotepegue”

 

Poncio-MonteiroTenho saudades do tempo em que o FC Porto era representado, nos debates nos me®dia, pelo dr. Pôncio Monteiro que compreendeu perfeitamente o que estava em causa nos debates televisivos. Hoje, o “paineleiro” que mais se aproxima de Pôncio Monteiro é o dr. Guilherme de Aguiar na SICn; mas ainda assim, está longe do empenho e da sagacidade demonstrada pelo dr. Pôncio.

A RTP, que é paga por todos os portugueses, tem um programa ao Domingo em que o Benfica é representado por um senhor obeso que é do sul mas que se replantou no norte, e que já tinha estado em outro programa desportivo da RTP mas foi despedido por demonstração flagrante e ao vivo de benfiquismo doentio; mas foi logo recuperado pelo sistema RTP através do seu amigo benfiquista de Paredes que também gere um outro programa desportivo na RTP.

carlos_daniel_webOs benfiquistas nos me®dia são como os gays: infestam toda a comunicação social com uma agressividade e um despudor inédito.

E aqueles paineleiros que não são benfiquistas têm que vergar e baixar a cabeça, como é o caso do António Oliveira, que sendo sócio e accionista da SAD do FC Porto, parece ter uma aversão primária ao treinador do FC Porto, a quem troca o nome por “Lotepegue”. António Oliveira está mais interessado em atacar a Olivedesportos nos me®dia do que defender os interesses do FC Porto.

Ora, são os “portistas” da espécie de António Oliveira que os jornaleiros lisboeiros e o benfiquista de Paredes da RTP buscam no mercado do comentário desportivo. Outros comentadores, genuinamente portistas, como é o caso de Bernardino Barros, são considerados pela RTP e pelo Benfiquista de Paredes como persona non grata pela RTP supostamente “de todos os portugueses”. Ninguém é convidado pela RTP para defender os interesses do FC Porto que não seja sancionado pelo Benfiquista de Paredes, e caso pise o risco, fazem-lhe a cama.

António Oliveira deveria deixar de ser hipócrita e assumir publicamente a vergonha de ser portista, e deveria vender as acções que tem da SAD do FC Porto. Aliar-se ao Benfica para atacar a Olivedesportos nos me®dia é a pior forma de ser portista.

domingo, 14 de dezembro de 2014

A segunda lei da termodinâmica aplicada à História

 

O José Pacheco Pereira escreveu aqui um texto interessante (ficheiro PDF) — o que já é coisa rara no nosso panorama da chamada “cultura intelectual”, o que corrobora a ideia de um fim de ciclo civilizacional.


Depois de um ciclo começa outro; o homem religioso propriamente dito vê a História em ciclos — desde o ciclo temporal e alternado do sagrado e do profano, até aos ciclos da História que se renova; e mesmo o Cristianismo que se arroga herdeiro da História linear judaica, anuncia a escatologia do “fim dos tempos” que dará lugar a um novo ciclo. Fernando Pessoa materializou o conceito dos ciclos da História através da noção da “velhice do eterno novo”.

O conceito de “história cíclica” é profundamente anti-hegeliano — e talvez seja essa uma das razões por que o José Pacheco Pereira se diz “agnóstico”, sendo que o agnosticismo é uma forma religiosa que se baseia essencialmente em uma espécie de monismo, seja este mecanicista (materialismo) ou dialéctico (Hegel) — porque não concebe o “progresso na Terra”.

De certa forma, a ideia de “história cíclica” aproxima-se do conceito do Eterno Retorno de Nietzsche e/ou dos Yuga dos brâmanes hindus, com a diferença de que o homem religioso não vê, nos ciclos da história, a expressão de um absurdo existencial, mas antes vê neles algo que dá sentido à existência (no sentido terrestre), na esperança de um Nirvana ou de uma vivência na Transcendência.

Não me lembro se foi Spengler que escreveu que “quanto mais se desenrola a História, menos tem para desenrolar”. É como se os acontecimentos tivessem um limite físico, uma finitude endógena, e depois se repetisse tudo outra vez, embora com outras cores — a essência mantém-se, a forma muda. Ao mudar a forma, parece-nos que a essência muda também.

O problema é o de saber se, com o globalismo, haverá espaço para ciclos históricos alternativos, porque um sistema isolado (fechado) exige que a entropia1 aumente com a passagem do tempo. A globalização (que não é a mesma coisa que “globalismo”, e que existe pelo menos desde o século XV) tolerava a existência de sistemas alternativos (embora sujeitos a uma hierarquização valorativa subjectiva ou objectiva) que comunicavam autonomamente entre si, e portanto não havia propriamente um sistema isolado/fechado. Havia trocas entre os vários sistemas.

Com o globalismo, paradoxalmente, a diferença (entre sistemas) vai sendo triturada à medida em que a entropia vai alcançando o seu valor máximo2 .

Quando Agostinho da Silva dizia que “do português há a esperar tudo, e haver um povo no Mundo do qual tudo há a esperar parece-me ser uma coisa extraordinária” — isso foi ainda no tempo subjectivo dele em que a imprevisibilidade do povo português ainda era um facto.

Com a entropia em um sistema fechado (globalismo), a degradação da energia é irreversível e toda a evolução se produz no sentido de estados cada vez mais prováveis e previsíveis. A imprevisibilidade vai desaparecendo à medida que a entropia avança e vai atingindo o seu máximo possível. Este crescendo da entropia globalista constitui um regresso progressivo a uma não-diferenciação da qual teria nascido a História — um regresso cíclico à “matéria inerte” da História que se traduz, como escreveu o José Pacheco Pereira, nos exemplos do “quadro branco de Malevitch, o urinol de Duchamp, o Finnegans Wake de Joyce, o teatro de Beckett, a música de John Cage, as imagens de Andy Warhol”. Enfim, desemboca-se no deserto da História.

Porém, nesta evolução entrópica da História em direcção ao estado mais provável, admite-se hoje que o desenrolar dos acontecimentos possa ser “travado” — por dados ainda não integrados pela teoria da relatividade — através do conceito de neg-entropia. Os sistemas ainda vivos e relativamente autónomos protegem-se do caos circundante criando uma ordem interna específica e própria (retorno ao nacionalismo), em uma espécie de “casulos” semi-autónomos que negam o sistema fechado globalista, por um lado, e por outro lado, exportam a sua própria entropia para os sistemas vizinhos, reforçando assim a sua própria ordem interna.

Portanto, o ciclo fecha-se e abre-se outro. Deste fechar de ciclo, muitos sistemas desaparecerão — aqueles que recusaram reconhecer que em um sistema globalista isolado se evolui irreversivelmente de tal modo que a energia se degrada (por dissipação parcial irrecuperável) em direcção ao seu máximo de entropia.

Notas
1. A entropia é a medida do grau de organização em um sistema isolado/fechado. Um aumento da entropia significa um decréscimo da organização de um sistema.
2. A Segunda Lei da Termodinâmica, também conhecida como Princípio de Carnot, estabelece que os processos que ocorrem naturalmente num sistema isolado aumentam, ao longo do tempo, a entropia do sistema. Ou seja, a quantidade de entropia (desorganização, ou desordem) de qualquer sistema isolado [fechado] tende a aumentar com o tempo e de uma forma espontânea, até alcançar um valor máximo.

Gouine comme un camion

 

“No último domingo à noite, saiu do bar no qual trabalha e foi tomar um copo. Seriam umas 7h30, talvez 7h40, quando entrou no primeiro táxi estacionado na Praça da República, no Porto. Estava a falar ao telemóvel. A colega que a acompanhava disse-lhe o quanto gosta dela e ela respondeu-lhe com um beijo na boca.”

"Temos direito de andar na rua sem medo"


Vamos contar a estória da lésbica de outra maneira.

O progresso, o Aquecimento Global e a pseudo-ciência do David Marçal

 

O Desidério Murcho deveria organizar umas aulas de filosofia (principalmente de lógica) para os editores do blogue Rerum Natura.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Aquilo que o socialista António Costa não diz em público

 

1/ a política económica e financeira de um possível governo socialista liderado por António Costa não será certamente diferente da do actual governo de Passos Coelho. A Alemanha não deixa. O António Costa, assim como o François Hollande, fará aquilo que Angela Merkel mandar.

As “reformas” de António Costa serão na área da cultura fracturante, tal como fez o amigo dele José Sócrates.

2/ a legalização da eutanásia será uma “reforma” de António Costa.

3/ a procriação medicamente assistida — que gera os novos filhos de pai incógnito — para toda a gente e sem qualquer controlo, será outra “reforma” de António Costa.

4/ a adopção plena e sem quaisquer restrições de crianças por pares de invertidos.

5/ a legalização das "barrigas de aluguer" para pares de invertidos, ou seja, a normalização do comércio de crianças.

6/ proibição de uso de símbolos religiosos em locais públicos; esta será outra “reforma” de António Costa, que por exemplo incluirá a proibição ou restrição de exibição de presépios públicos na época natalícia.

Portanto, entre António Costa e Passos Coelho, prefiro o mal menor: prefiro Passos Coelho — porque a política económica será a mesma!

Correcção sobre o papa Bergoglio e “o Céu para os animais”

 

Várias notícias nos me®dia internacionais revelavam que o papa Bergoglio teria dito que os animais também vão para o Céu. Por exemplo, aqui, aqui e aqui, entre outros. Eu próprio embarquei na notícia. A verdade é que a notícia foi literalmente inventada pelos me®dia. O NYT, que também fez notícia desse não-facto, publicou uma correcção:

“Correction: December 12, 2014

An earlier version of this article misstated the circumstances of Pope Francis’ remarks. He made them in a general audience at the Vatican, not in consoling a distraught boy whose dog had died.

The article also misstated what Francis is known to have said. According to Vatican Radio, Francis said: “The Holy Scripture teaches us that the fulfillment of this wonderful design also affects everything around us,” which was interpreted to mean he believes animals go to heaven. Francis is not known to have said: “One day, we will see our animals again in the eternity of Christ. Paradise is open to all of God’s creatures.'’ (Those remarks were once made by Pope Paul VI to a distraught child, and were cited in a Corriere della Sera article that concluded Francis believes animals go to heaven.) An earlier version also referred incompletely to the largest animal protection group in the United States. It is the Humane Society of the United States, not just the Humane Society.”

Portanto, o seu a seu dono. O papa Bergoglio não defendeu a ideia segundo a qual os animais vão para o Céu.

A maçonaria francesa em acção: a eutanásia pela porta do cavalo

 

Hollande 225 webO psicopata François Hollande, a mando da associação de malfeitores que é a maçonaria francesa, pretende legalizar a eutanásia pela “porta do cavalo” utilizando a semântica em torno da palavra “sedativo”.

Sedação significa (definição nominal) acto de sedar, acalmar; e significa (definição real) a procura de uma diminuição da vigília do doente por meios medicamentosos, e que pode ir até à perda de consciência.

O objectivo da sedação é o de diminuir, ou fazer desaparecer, a percepção de uma situação vivida como sendo insuportável para o doente, depois que todos os meios disponíveis e adaptados àquela situação possam ter-lhe sido (ao doente) já propostos. A intenção da sedação não é matar.

Podemos falar em sedação ligeira, profunda, reversível, irreversível, sedação em fase terminal ou/e sedação terminal.

Sedação em fase terminal

A sedação reversível em fase terminal permite que um médico possa colocar um doente em sono profundo durante 24 horas, a pedido do doente, de forma a minorar o seu sofrimento. O objectivo é o de reduzir o sofrimento, e não de provocar a morte do doente.

Depois de o doente acordar, a sedação pode ser interrompida se o doente se sentir melhor, ou replicada por mais 24 horas se o doente assim o pedir. Os mesmos procedimentos são repetidos a cada 24 horas, se necessários e até à eventual morte do doente. As doses de sedativos permitem um sono simples, e o doente tem sempre a liberdade de interromper a sedação.

Ou seja: sem provocar a morte, a sedação pode ser contínua até à morte — mas não é jamais irreversível porque pode ser interrompida por vontade do doente.

Sedação terminal — a tal da maçonaria e de François Hollande

Muitas vezes sem pedido do doente, são ministradas doses massivas de sedativos, muito mais fortes do que o necessário a um simples sono. O doente é adormecido em sono profundo durante toda a fase terminal, e há uma intenção deliberada de provocar a morte mais rapidamente recorrendo a doses excessivas de sedativos. A sedação terminal mais não é do que uma injecção letal.

Sobre a privatização da TAP

 

O IV ReichPassos Coelho acredita que a TAP pode ser privatizada e continuar a ser uma companhia aérea de “bandeira” nacional. Eu penso que ele, ou é burro, ou é ingénuo. Ou então é maquiavélico, tal como o seu antecessor José Sócrates — espero que Passos Coelho não acabe no banco dos réus.

Mais vale que Passos Coelho seja honesto para com os portugueses: “somos obrigados pela União Europeia (controlada pela Alemanha) a privatizar, e é certo que vamos perder a ‘companhia de bandeira’”.

Mas ser honesto, na política portuguesa, é sempre colocar em causa a União Europeia — e isso não convém. A União Europeia da Alemanha é sacrossanta: substitui hoje o Sacro Império Romano-Germânico.

A antipatia visceral do papa Bergoglio (o amigo do Frei Bento Domingues) em relação a Portugal

 

O papa Bergoglio trata o povo português “abaixo de Cuba” — e espero que continue assim: é bom sinal; é sinal de que o povo português e a hierarquia da Igreja Católica portuguesa não vai na “cumbersa” politicamente correcta do papa Bergoglio.

Por exemplo, o Arcebispo de Havana é cardeal electivo (pode eleger o novo Papa), ao passo que o Arcebispo de Lisboa não é cardeal. Recorde-se que mais de 80% dos portugueses são católicos.

Em Fevereiro de 2015, o "papa Francisco" vai organizar um consistório para eleger novos cardeais electivos. É de esperar que o preconceito negativo do papa Bergoglio em relação a Portugal e aos portugueses continue a ser uma das suas marcas de água.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O homem actual e a “autonomia mimética”

 

Thomas F. Bertonneau escreve um mini-ensaio sobre a cultura europeia actual:

Na sociedade moderna e actual, a ideia de “autonomia” já não se baseia no conceito kantiano de autonomia, mas antes é apenas e só a autonomia do desejo (individual) entendido em si mesmo, assumindo a forma de uma crise mimética1 em constante expansão que dissolve todas as diferenças e faz com que cada um seja simultaneamente o modelo do outro e o seu rival.

Na crise actual, a Europa da ditadura do politicamente correcto vai regredindo em direcção a um momento pré-humano de que só sairá quando as elites politicamente correctas impuserem necessariamente um novo tabu total e avassalador2 .

Notas
1. (“autonomia mimética”; o modelo de “autonomia” que se copia dos outros, a cada instante, e que muda à medida em que o objecto do desejo e o modelo de desejo vão mudando)
2. (o novo totalitarismo, dissimulado mas brutal, que já se enxerga; um totalitarismo que oprime ferozmente em nome da “autonomia do desejo”).

Os equívocos na classificação das ideias

 

“É certamente merecido o prémio de tradução científica e técnica para língua portuguesa atribuído pela FCT à tradução de Os Métodos da Ética, do filósofo utilitarista Henry Sidgwick, por Pedro Galvão.”

Métodos da Ética

Karl Popper andou toda a sua (dele) vida a dizer que nunca foi positivista (no sentido do neo-empirismo do Círculo de Viena), mas não adiantou nada: meia dúzia de académicos, incluindo Habermas, que nunca leram a sua (dele) obra, colaram-lhe o rótulo de “positivista” que nunca saiu. Acontece que Karl Popper de positivista não tinha nada: ele foi um neo-kantiano (neo-criticismo), tal como por exemplo Eric Voegelin.

De modo semelhante, Henry Sidgwick não foi um “utilitarista” no sentido estrito, e muito menos um “utilitarista clássico” como se diz no verbete supracitado — por uma simples razão: por princípio, alguém que critica o utilitarismo não pode ser verdadeiramente utilitarista; como alguém que critica o neo-empirismo não pode ser neo-positivista.

Ou melhor dizendo: Henry Sidgwick parte do utilitarismo (que estava na moda na Inglaterra do século XIX) para o colocar em causa; por exemplo, Henry Sidgwick opõe-se ao empirismo do utilitarismo clássico de Bentham. Esta crítica ao utilitarismo foi mais tarde seguida e desenvolvida pelo seu discípulo e aluno G E Moore.

Há epítetos que colam e que dão muito jeito: o epíteto de “positivista”, dado a Karl Popper pelos hegelianos, tinha uma conotação negativa — sabendo nós que Hegel foi, de certo modo, um positivista (“o que é real é racional”). O epíteto de “utilitarista”, aposto a Henry Sidgwick, serviu para salvar o utilitarismo, recuperando para as suas fileiras o seu principal crítico do século XIX.

O papa Bergoglio diz que “os animais vão para o Céu”

 

Depois que eu ouvi dizer que o "papa Francisco" acredita que “os animais vão para o Céu”, já começo a crer que ele seja canonizado rapidamente, e que a família dele seja toda beatificada; e a burra que o amamentou também estará certamente sentada à sua direita no Paraíso.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A Alemanha quer ver o seu ouro, mas os americanos não estão pelos ajustes

 

Lembro-me de que no início da década de 1980, estava eu a tratar de assuntos meus no Banco e entrou um paisano serôdio que se dirigiu ao balcão, ao meu lado, e disse ao funcionário: “Quero ver o meu dinheiro!”.

O funcionário foi e veio já com um papel na mão que deu ao senhor: “Aqui está o seu extracto de conta”. “Não, não!” — retorquiu o paisano — “quero ver o meu dinheiro com estes olhos que a terra há-de comer!”. O funcionário do Banco e eu ficámos atónitos!

Lá foi o empregado buscar o dinheiro em notas de Escudo (saudades!) e colocou-as em cima do balcão para gáudio do paisano que se entreteve longamente a contá-las. Depois entregou o dinheiro ao funcionário, agradeceu e saiu.

Naquela altura pensei que a atitude do paisano seria estúpida. Hoje já não tenho a certeza. A Alemanha quer ver repatriadas as 1.500 toneladas do seu ouro que tinha depositado na Fed Reserve americana, mas os americanos recusam-se a devolver o ouro que não é deles.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O murcon e a violência doméstica

 

O murcon transcreve um artigo do semanário Sol sem comentários, ou seja, assina por baixo o conteúdo do artigo do Sol sem se comprometer (“com um vestido preto, nunca me comprometo”). O artigo transcrito pelo murcon não refere a violência física doméstica dos gays (1 em 4 gays são agredidos física- e regularmente pelos seus pares, e vice-versa), e o murcon também não refere esse facto, o que também é muito conveniente — não vá acontecer que o murcon deixe de ser o Curandeiro da RDP. Criticar o comportamento dos gays dá despedimento com justa causa nos me®dia.

O politicamente correcto é como os burros: colocam-lhes uns antolhos e só vêem o que querem que eles vejam.

julio machado vaz webDesde logo, o murcon assina por baixo, sem comentários, que se misture a violência psicológica (os insultos, as difamações), por um lado, com a violência física, por outro lado. Quem ler o artigo fica com a ideia de que é a mesma coisa — independentemente dos efeitos subjectivos diferentes que possam causar os dois tipos de violência —, e o murcon assina por baixo sem comentários.

Estudos feitos em Espanha revelam que 37% das vítimas de violência doméstica em 2011 foram homens e 63% foram mulheres, embora não tenha ficado claro quantas delas foram agredidas por outras mulheres.

Mas o murcon assina por baixo um artigo politicamente correcto que defende a ideia de que o homem português é mais violento do que o homem espanhol — não vá acontecer que contrato de Curandeiro da RDP  não lhe seja renovado!

Colocar em estatísticas (alegadamente, para se poder prever o futuro) o comportamento humano é a maior estupidez que se pode conceber — mas o murcon assina por baixo, porque lhe interessa ideologicamente que a mulher seja a vítima eterna, e os gays também e por isso é que não se lhes refere o artigo: é o conceito de tolerância repressiva de Marcuse que o murcon assina por baixo —, porque não é possível medir a subjectividade humana através de um determinado comportamento que pode ser momentâneo e raro, ou mesmo único na vida de um indivíduo.

Confundir psicopatia, por um lado, com um acto que pode ser atributo de um momento dramático, por outro  lado, faz parte das estatísticas laboriosamente elaboradas pelas chamadas “ciências sociais” para fazer a prova da merda da cultura ocidental capitalista.